domingo, 16 de agosto de 2009

Mulher quer salvar o Inter de Lages

Retirado do www.correiolageano.com.br

Em 60 anos de história, o Internacional de Lages pode ser, pela primeira vez, presidido por uma mulher. O clube viveu momentos de glória com um título estadual e este ano nem participa da divisão de acesso do Catarinense. A próxima eleição para o biênio será no final de 2010 e até lá Zoenir Antunes Macedo do Amaral (47) vai se preparar para uma provável candidatura. Antes de assumir quer a casa em ordem, ter um plano de ação e parcerias

“Zo”, como é conhecida, não entende muito de futebol, mas tem boa vontade e para presidir um clube o principal é boa gestão. Ela garante que quer ajudar: “Serei parceira do Inter, posso ser presidente ou não, depende da negociação e de interesse”. Sonha até em levar as mulheres ao campo, formar uma equipe feminina.

A lageana de coração, bancária aposentada, quando chegou de São Joaquim, em 1986, teve o primeiro contato com o time serrano. “Sempre ouvia falar muito do Internacional, que tinha história e era famoso. Ao chegar aqui fui convidada para assistir aos jogos, era uma festa, um divertimento, uma coisa muito boa, todos os lageanos eram torcedores e eu não poderia me excluir”.

A Ideia:
Os mais velhos têm saudade do Internacional, sentem angústia, lembram de uma tal maneira que você acaba se envolvendo. Na verdade, você sabe o que me levou a abraçar a ideia de presidir o Inter? Tudo começou com o trabalho com os idosos, isto acabou me provocando. E eu provoco eles também, digo que sou parceira, estou pronta, determinada a ajudar e a favorecer no que for possível, mas temos de levar em conta que o Internacional tem um presidente hoje (Luiz Carlos Medeiros, Brequinho).

“A partir do momento em que todas essas questões (financeiras e burocráticas) estiverem resolvidas, estarei. Não tenho um prazo porque há questões na Justiça ainda e a gente depende desses processos, e não sei até quando vai, você sabe como a Justiça é lenta”.

Planejamento:
“Estou estudando, tenho um grupo que está comigo observando, mas posso assegurar uma coisa: não é impossível, tudo é possível desde que você queira e tenha organização. Não que hoje a atual situação do Inter esteja desorganizada, só que qualquer questão em que você se envolva tem que ter organização. Temos de ter principalmente parceiros, pessoas na sociedade civil, pública, no município, no Estado e no Brasil. Cogitamos o poder público municipal, para ver a possibilidade de ajudar na estrutura, porque o Inter precisa de um campo para treinar, com vestiário, além do Estádio (Municipal Vidal Ramos Júnior).

O poder público pode buscar uma parceria com empresas, com as cotas da loteria federal. É um projeto para os próximos anos, não de imediato. A partir do momento que o Internacional estiver ajustado legal e financeiramente, pode buscar na área federal, na Caixa Econômica, aquela cota das loterias. Para isso, tem de ter uma articulação de pessoas. Eu não tenho medo de buscar; posso até quebrar a cara, mas tento. Acredito que o Internacional em Lages vai dar muitos frutos, pois faz parte da cultura daqui do Estado e do Brasil. Muita gente pergunta: e o Internacional?”.

Plano de ação:
“Prefiro não comentar agora porque temos questões que são burocráticas. A partir da legalização do clube, posso partir para o plano. Gosto de trabalhar com as questões muito claras e transparentes. Acho que é por aí que as coisas funcionam. As ‘coisas’ precisam ser honestas e sérias, quando se mexe com o emocional das pessoas, com uma cidade, com crianças e também com a questão financeira. As empresas ou quem doar vai ter que ter o benefício da isenção de Imposto de Renda".

Processos:
“O Inter tem processos trabalhistas e dívidas com a Federação. Eu não sei de quanto é essa dívida. Tenho pessoas articulando isso, para ver essa dívida na Federação Catarinense de Futebol. Algumas questões trabalhistas já se extinguiram, outras estão tramitando. Cada local que você vai acaba descobrindo uma nova questão e não gosto de falar de coisas que não são concretas.

Relação com o atual presidente:
“A gente já fez trabalhos juntos, ele é uma pessoa que admiro, não está descartado em nenhum momento de ficar”.

Falta de credibilidade da atual diretoria:
"Acredito que não atrapalha, sabe por quê? Porque em todo lugar que você está você precisa de todos os tipos de pessoas. Das mais calmas, às mais polêmicas, das mais sérias às menos sérias. A questão é ser eclética (diretoria). Por isso, eu ser mulher é um diferencial. Se observar os padrões do Brasil e do mundo, as mulheres ainda estão um pouco distantes. Porque o futebol é de homem. É uma questão meio machista. Eu não penso dessa forma, quero uma diretoria bem mesclada.

Desde os vovôs e bisavôs, até os novos, a ‘gurizada’. Uma diretoria é composta de vários cargos, e o Brequinho tem seu valor. Quer queira, quer não, o Internacional está aí por ele, se não fosse ele, não sei quem estaria. Ele é uma pessoa que continua, podia ter jogado tudo para o alto, acredito que isso já passou pela cabeça dele. Ele também é imbuído dessa paixão. Gosto de multiplicar e somar, esse é o processo.

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